Brilha a lua sua luz prateada
Ilumina a noite dos viajantes
Em suas longas caminhadas
Refletindo diversos cambiantes
Salpica-se de estrelas o céu
Quais archotes em noites sem lua
Não nos deixa perdidos ao leu
A caminhar sozinhos pela rua
Ilumina o sol os nossos passos
Aquece-nos a pele suada
Queima-nos, modifica-nos os traços
Em nosso percurso pela estrada
A água refresca-nos a alma
A sombra diminui o calor
Dando-nos, da glória, a palma
De quem supera o próprio estupor
Caminhar pelo vasto mundo
Sem o apoio do cajado
Qual se fora mero vagabundo
Trazendo o rosto calejado
É rasgar os pés em sangue
É trazer os passos lentos
É quase cair exangue
Ao sabor de fortes ventos
Ao entardecer, olho o firmamento
Deito a cabeça na macia relva
Envolve-me forte sentimento
Distante da sombria selva:
Grande é a divina obra
Presente do bondoso Deus,
Que nada mais nos cobra
Que o amor dos filhos seus!
09/06/2019