ORIENTAÇÕES KARDEQUIANAS - IV
“Os maus
Espíritos temem o exame; eles dizem: 'Aceitai nossas palavras e não as
julgueis.'
Se tivessem a consciência de estar com a verdade, não temeriam a luz. O hábito
de escrutar as menores palavras dos Espíritos, de pesar-lhes o valor, distancia
forçosamente os Espíritos mal intencionados, que não vêm, então, perder
inutilmente seu tempo, uma vez que se rejeite tudo o que é mau ou de origem
suspeita. Mas quando se aceita cegamente tudo o que
dizem, que se coloca, por assim dizer, de joelhos diante de sua pretensa
sabedoria, fazem o que fariam os homens - disso abusam.” [1] (destaquei)
Quem teme a verdade? Quem teme a
luz? Quem teme o exame meticuloso? Certamente, quem está na mentira, quem está
nas trevas e quem usa de subterfúgios.
Os Espíritos Reveladores deram a
Kardec um meio muito simples de evitar o engodo: o crivo rigoroso de análise de
qualquer, repito, qualquer mensagem, vinda de qualquer Espírito, por mais
famoso que seja seu nome e isto inclui o médium que a recebeu.
Existem alguns médiuns que
simplesmente não aceitam o exame de suas psicografias ou psicofonias, não importa
quão esdrúxula ela seja fugindo das pessoas que podem o desmascarar, quando não
são orientados pelo “Espírito Guia” a fazer isso.
Temos visto uma enxurrada de
publicações ditas espíritas, que não passariam pelo mais simples crivo de
análise kardequiana.
Revelações absurdas, ridículas,
sem o menor fundo de verdade ou, o mais grave, atentando contra princípios da
Doutrina de forma vergonhosa.
Textos atribuídos a André Luiz,
Bezerra de Menezes que, nem de longe se aproximam do estilo desses Espíritos. Desenhos
“mediúnicos” que mais parecem feitos por uma criança de dois anos!
O mais grave em tudo isso é,
justamente, a falta de critério de muitas pessoas que aceitam tais informações
como “verdades”.
Se colocarmos de molho quaisquer
informações vinda de Espíritos ou homens, aguardando a resposta do tempo, o
tempo dirá de que lado está a verdade.
O Espiritismo chegou a um patamar
de divulgação impressionante, seja através da TV, das mídias sociais, diversos
site na internet, livros, enfim. Ganhamos em quantidade, mas estamos perdendo
em qualidade, lamentavelmente!
A situação hoje está assim: algum
Espírito pensa em psicografar e o livro já está sendo vendido, sem a menor
análise do seu conteúdo, bem diferente do que fazia Allan Kardec, que passava
tudo por um crivo tão rigoroso que, se fossemos usar nos dias de hoje, 90% dos
livros mediúnicos iriam para a lixeira. Isso mesmo: lixeira!
Já vi livros que falam que o
Espírito retrograda e se desintegra, perdendo a sua consciência, que Espíritos
elevados têm asas (isso mesmo, asas e não por uma metáfora: asas de verdade!),
que existem reencarnação no mundo espiritual, que se algum Espírito cair nas
águas do Rio Azul, citado em Nosso Lar, morrerá afogado e, pasmem, será cremado,
livros que afirmavam textualmente que o mundo acabaria em outubro de 2000 e por
aí vai.
E se questionamos tais
informações, somos tachados de atrasados, inferiores, invejosos, ultrapassados
e coisas do tipo.
Para estes, fica a orientação de
Allan Kardec, no início deste texto!
Ao final quero deixar bem claro
que não questiono a mediunidade de A ou B, mas o conteúdo e qualidade do que
vem por ela. Simples assim!