AOS
QUE PARTIRAM... AOS QUE FICARAM...
“Nas
grandes calamidades, a caridade se emociona e observam-se impulsos generosos,
no sentido de reparar os desastres.” [1]
Não sentimos a dor do nosso
próximo como se ela fosse a nossa dor, daí porque, muitas vezes, temos certa
indiferença pelo sofrimento alheio.
À medida que evoluímos,
aprimoramos nossos sentimentos e começamos a nos comover com o sofrimento do
nosso próximo.
Porque estamos ainda
reencarnados em um planeta de provas e expiações, aqui a dor e sofrimento
campeiam de forma que, muitos chegam a duvidar da possibilidade de alcançarmos
a felicidade.
Sem embargo, não podemos
desfrutar da felicidade plena, sem mescla, porque distamos muito da perfeição.
O sofrimento que enfrentamos é inerente à nossa imperfeição[2], então, precisamos evoluir
e sair do circulo vicioso da dor.
Mas, não se deve deduzir que
não podemos desfrutar da felicidade relativa à qual nossa condição evolutiva
permite. Sim, temos vários momentos de alegria e felicidade aqui na Terra
mesmo!
A humanidade terrena, de
tempos em tempos, é abalada por certas tragédias, onde se procuram os culpados,
caçam-se bruxas, quando os culpados estão no coração do homem, dentro do nosso
passado próximo ou remoto.
A esse respeito não podemos
nos esquecer do alerta de Jesus, há mais de 2.000 anos: “Concilia-te
depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não
aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial,
e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali
enquanto não pagares o último ceitil.”
[3]
A justiça dos homens, por
mais que tenha evoluído, ainda é imperfeita, pois que, muitas vezes inocenta o
culpado e culpa o inocente, mas a Justiça Divina, que não castiga, nem condena
eternamente, dando sempre oportunidades de recomeçar, é infalível, perfeita,
equânime, justa em todos os sentidos.
Renascemos exatamente onde
precisamos e/ou devemos renascer, a família que nos recebe é aquela que nos é
necessária ao processo evolutivo.
As dores que partilhamos,
não sendo aquelas criadas por nossa irresponsabilidade nesta existência, é dor
necessária ao nosso crescimento espiritual.
Nossas provações e expiações
são aquelas que nós mesmos escolhemos ou que os Códigos Divinos nos
determinaram, a fim de pagarmos o último ceitil.
Até recompormos o comboio de
nossas vidas, descarrilhado por nossa incúria, colhemos as consequências.
Trazemos insculpidos em
nossa consciência, nosso céu, inferno e purgatório!
O remédio para debelar o mal
que existe em nós... nós o temos; o fardo que precisamos carregar nos ombros já
nos foi apontado e, pasme que ainda não se apercebeu: o fardo é leve e suave e
o remédio, não é amargo! [4]
Fardo pesado e remédio
amargo são aqueles que nós temos experimentado a tantos séculos, destilando
ódio, egoísmo e orgulho aos nosso redor.
Temos plantado espinhos,
atirando pedras aos nossos caminhos e invejado as borboletas do jardim vizinho,
mas ainda não nos dispomos a plantar flores, aplainar os caminhos por onde
passamos e cultivar nosso próprio jardim para admirarmos nossas próprias
borboletas e beija-flores!
Muitos partiram de forma
dolorosa, mas não estão abandonados pela misericórdia divina! Neste momento
estão recebendo nossas preces, as preces de todos aqueles, de diversos credos,
que pedem a Jesus o Seu amparo!
Os benfeitores da vida
espiritual já estão no amparo silencioso dessas almas que terminaram suas
existências físicas e despertam envolvidos em fluidos amorosos...
Expiaram, passaram por
dolorosa provação, foram heróis, recebendo agora a palma da vitória, tais quais
os primeiros cristãos entregues ao fogo do ódio da perseguição romana!
AVE,
IRMÃOS! AQUELES QUE AQUI FICAM VOS SAÚDAM.
Chegastes
à vida espiritual após dolorosa provação, onde provastes vossos valores e
vossas determinações, quando ainda preparáveis vosso retorno a este mundo, onde
o ímpio ainda se sobressai sobre o justo.
Mas,
vossos sofrimentos e dores e as dores dos vossos entes amados que aqui ficaram
não serão em vão!
Vossas
lágrimas simbolizam o preço com que expungistes das vossas consciências
quaisquer nódoas do passado próximo ou remoto!
Vencestes
a grande provação!
Sois
agora, almas livres e, após breve descanso e recuperação, encontrareis motivos
e meios para retomardes a vossa caminhada.
Não
vos preocupei com o amanhã, pois tendes a eternidade à vossa frente e aqueles
que aqui ficaram precisam saber que todos vós estais vivos, agora em outra
dimensão!
Jesus
vos abençoe!