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quarta-feira, janeiro 30, 2013

AOS QUE PARTIRAM... AOS QUE FICARAM...


AOS QUE PARTIRAM... AOS QUE FICARAM...

“Nas grandes calamidades, a caridade se emociona e observam-se impulsos generosos, no sentido de reparar os desastres.” [1]

Não sentimos a dor do nosso próximo como se ela fosse a nossa dor, daí porque, muitas vezes, temos certa indiferença pelo sofrimento alheio.

À medida que evoluímos, aprimoramos nossos sentimentos e começamos a nos comover com o sofrimento do nosso próximo.

Porque estamos ainda reencarnados em um planeta de provas e expiações, aqui a dor e sofrimento campeiam de forma que, muitos chegam a duvidar da possibilidade de alcançarmos a felicidade.

Sem embargo, não podemos desfrutar da felicidade plena, sem mescla, porque distamos muito da perfeição. O sofrimento que enfrentamos é inerente à nossa imperfeição[2], então, precisamos evoluir e sair do circulo vicioso da dor.

Mas, não se deve deduzir que não podemos desfrutar da felicidade relativa à qual nossa condição evolutiva permite. Sim, temos vários momentos de alegria e felicidade aqui na Terra mesmo!

A humanidade terrena, de tempos em tempos, é abalada por certas tragédias, onde se procuram os culpados, caçam-se bruxas, quando os culpados estão no coração do homem, dentro do nosso passado próximo ou remoto.

A esse respeito não podemos nos esquecer do alerta de Jesus, há mais de 2.000 anos: Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.” [3]

A justiça dos homens, por mais que tenha evoluído, ainda é imperfeita, pois que, muitas vezes inocenta o culpado e culpa o inocente, mas a Justiça Divina, que não castiga, nem condena eternamente, dando sempre oportunidades de recomeçar, é infalível, perfeita, equânime, justa em todos os sentidos.

Renascemos exatamente onde precisamos e/ou devemos renascer, a família que nos recebe é aquela que nos é necessária ao processo evolutivo.

As dores que partilhamos, não sendo aquelas criadas por nossa irresponsabilidade nesta existência, é dor necessária ao nosso crescimento espiritual.

Nossas provações e expiações são aquelas que nós mesmos escolhemos ou que os Códigos Divinos nos determinaram, a fim de pagarmos o último ceitil.

Até recompormos o comboio de nossas vidas, descarrilhado por nossa incúria, colhemos as consequências.

Trazemos insculpidos em nossa consciência, nosso céu, inferno e purgatório!

O remédio para debelar o mal que existe em nós... nós o temos; o fardo que precisamos carregar nos ombros já nos foi apontado e, pasme que ainda não se apercebeu: o fardo é leve e suave e o remédio, não é amargo! [4]

Fardo pesado e remédio amargo são aqueles que nós temos experimentado a tantos séculos, destilando ódio, egoísmo e orgulho aos nosso redor.

Temos plantado espinhos, atirando pedras aos nossos caminhos e invejado as borboletas do jardim vizinho, mas ainda não nos dispomos a plantar flores, aplainar os caminhos por onde passamos e cultivar nosso próprio jardim para admirarmos nossas próprias borboletas e beija-flores!

Muitos partiram de forma dolorosa, mas não estão abandonados pela misericórdia divina! Neste momento estão recebendo nossas preces, as preces de todos aqueles, de diversos credos, que pedem a Jesus o Seu amparo!

Os benfeitores da vida espiritual já estão no amparo silencioso dessas almas que terminaram suas existências físicas e despertam envolvidos em fluidos amorosos...

Expiaram, passaram por dolorosa provação, foram heróis, recebendo agora a palma da vitória, tais quais os primeiros cristãos entregues ao fogo do ódio da perseguição romana!

AVE, IRMÃOS! AQUELES QUE AQUI FICAM VOS SAÚDAM.
Chegastes à vida espiritual após dolorosa provação, onde provastes vossos valores e vossas determinações, quando ainda preparáveis vosso retorno a este mundo, onde o ímpio ainda se sobressai sobre o justo.
Mas, vossos sofrimentos e dores e as dores dos vossos entes amados que aqui ficaram não serão em vão!
Vossas lágrimas simbolizam o preço com que expungistes das vossas consciências quaisquer nódoas do passado próximo ou remoto!
Vencestes a grande provação!
Sois agora, almas livres e, após breve descanso e recuperação, encontrareis motivos e meios para retomardes a vossa caminhada.
Não vos preocupei com o amanhã, pois tendes a eternidade à vossa frente e aqueles que aqui ficaram precisam saber que todos vós estais vivos, agora em outra dimensão!
Jesus vos abençoe!


[1] - KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XIII, item 4, 112ª ed. FEB
[2] - idem. O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo, cap VII, 1ª parte, item 33
[3] - Mateus 5:25-26
[4] - Mateus 11:28-29

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