Dia Internacional da Mulher [1]
Jesus sempre foi um instituidor de novos paradigmas e, com relação ao elemento feminino, ele foi ímpar, em uma sociedade machista e opressora, que primava pelo aviltamento da mulher. Para se ter uma idéia, as mulheres não podiam entrar no templo, enquanto seus maridos lá oravam. Ficavam numa antesala.
Afirma Emmanuel [2]: “[...] O Evangelho, porém, inaugura nova era para as esperanças femininas. Nele vemos a consagração da Mãe Santíssima, a sublime conversão de Madalena, a dedicação das irmãs de Lázaro, o espírito abnegado das senhoras de Jerusalém que acompanham o Senhor até o instante extremo. Desde Jesus, observamos crescente respeito na Terra pela missão feminil [...].”
No glorioso momento da ressurreição, a quem Jesus apareceu em primeiro lugar? Maria Madalena [3] e isso causou uma certa ciumeira nos apóstolos, pois, como homens que eram não poderiam aceitar que Jesus aparecesse logo a uma mulher, que não a eles em primeiro lugar.
Já em outra oportunidade, Jesus “escandalizou” a sociedade hipócrita do seu tempo, ao conversar com a pobre mulher samaritana, causando espanto até a ela mesma: “Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).” [4] (grifo meu)
Ainda nessa mesma oportunidade, seus discípulos se assustaram ao ver Jesus falando com uma mulher: “E nisto vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela?”[5] (grifo meu)
A Doutrina Espírita, por ser o Consolador Prometido veio trazer uma imensa luz sobre a condição da mulher na sociedade, e elas próprias foram e são, sempre, exemplo notáveis para a sociedade, em parte, ainda machista. Esses exemplos da mulher Espírita começaram com a doce Amelie-Gabrille Boudet, a Senhora Allan Kardec!
Vejamos o ensino dos Espíritos Superiores [6]:
817. São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?
“Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?”
818. Donde provém a inferioridade moral da mulher em certos países?
“Do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.”
819. Com que fim mais fraca fisicamente do que o homem é a mulher?
“Para lhe determinar funções especiais. Ao homem, por ser o mais forte, os trabalhos rudes; à mulher, os trabalhos leves; a ambos o dever de se ajudarem mutuamente a suportar as provas de uma vida cheia de amargor.”
820. A fraqueza física da mulher não a coloca naturalmente sob a dependência do homem?
“Deus a uns deu a força, para protegerem o fraco e não para o escravizarem.” [...].
821. As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto as deferidas ao homem?
“Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.”
822. Sendo iguais perante a lei de Deus, devem os homens ser iguais também perante as leis humanas?
“O primeiro princípio de justiça é este: Não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem.”
a) - Assim sendo, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher?
“Dos direitos, sim; das funções, não. Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete. Ocupe-se do exterior o homem e do interior a mulher, cada um de acordo com a sua aptidão. A lei humana, para ser eqüitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Todo privilégio a um ou a outro concedido é contrário à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbaria. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Visto que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos.” (todos os grifos nossos)
O ensino é claro e seria uma profunda injustiça se não fosse assim.
Com a sua capacidade, as mulheres estão presentes em todos os ramos da sociedade, sem falarmos nas mulheres que se encontram na vida espiritual, como exemplos de amor incondicional e dedicação ao próximo. Basta uma leitura atenta nas obras de Yvonne A. Pereira, André Luiz, Bezerra, sem esquecermos de uma notável mulher: Joanna de Angelis.
No entanto, neste 08 de março, não poderia concluir esta humilde homenagem sem citar uma determinada mulher, muito além do seu tempo, corajosa, firme nas suas convicções e, acima de tudo, dotada de uma fé em Deus como poucos, provando tal fato ao dizer apenas: “[...] Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. [...]” [7]
Mulher: mãe, irmã, amiga, esposa, companheira, batalhadora — Deus lhe abençoe em todos os momentos de sua existência!
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